O velho truque publicitário

 




A publicidade governamental pode revelar algo questionável sobre a forma de administrar a cidade. A moda começou no Governo de Joseíldo Ramos. Ele, para render o feijão, listava as realizações da prefeitura junto com as do governos Federal e Estadual. Isso lhe proporcionou uma imagem de grande gestor que nunca foi, embora se enxergasse assim. Ele realmente se achava. Aí veio Paulo Cezar, considerado pelos petistas, especialmente, como um tolo que faria uma administração desastrosa. 


Conseguiu atrair dos governos de Jaques Wagner e de Lula/Dilma muito mais obras que o "gênio" petista. PC usou a mesma técnica em suas peças de publicidade, colocou no mesmo balaio investimentos com recursos próprios e de fontes externas, ainda contou com um grande número de empresas que se instalaram na cidade durante sua gestão. Fez um marketing em cima disso tudo e deu uma surra nas urnas no "gênio" petista.





Agora é a vez de Joaquim Neto se abanar com o chapéu alheio. Espalhou outdoors pela cidade com investimentos oriundos de  recursos externos e alguns poucos de recursos próprios, o mesmo truque. Como os anteriores, parece ter feito mais do que realmente fez, mostra-se como prefeito dinâmico e competente, quando é apático e incompetente, sofrível mesmo.


Até o Vale Gás é anunciado sem dizer com todas as letras que é um programa federal e a integração no transporte público chega até a população como um benefício quando é uma mera correção em um sistema falido.


Fazendo uma publicidade com esses expedientes, há 22 anos, os prefeitos conseguem esconder o rabo do gato, não tornam transparentes os gastos da Prefeitura, nem as obras que, de fato, foram executadas com recursos próprios e nem suas reais e respectivas competências (méritos)  e de suas correspondentes equipes de trabalho. Isso é muito perigoso, pois deixa margem para corrupção, não digo que houve corrupção, mas que, se tivesse havido, ela ficaria escondida em meio a essa pirotecnia. 


Lembrando que essa prática, antes da virada do século e do milênio, era altamente contestada pelos Tribunais de Contas. Que bom se essa exigência voltasse, isso não é saudosismo, é a constatação de que tomamos o caminho errado e de que os rumos precisam ser corrigidos. Com a iminência de termos um condenado por corrupção na presidência, parece que o Brasil vai se consolidando como a terra do tudo pode.

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