As pesquisas podem não estar tão erradas assim




 As pesquisas no Brasil sempre tiveram uma tendência ideológica, sempre. É comum que elas, especialmente na pré-campanha e início de campanha,  coloquem alguns pontos a mais para o lado que elas querem que saia vencedor no pleito. Normal, bobo quem acha que isso não existe. Roberto Requião falou com todas as letras: "pesquisas são compradas". Isso aconteceu recentemente nos EUA, os números davam vitória acachapante de Biden, no final foi tudo muito apertado, voto a voto, com suspeita de fraude nos votos pelo correio. Vamos lembrar do caso Dilma em 2018 para ser referência da lambança que foi a tentativa de previsão ou sondagem por meio da estatística.


Mas esse ano, todos sabem que o grupo Folha e a Globo torcem para a derrota do Bolsonaro. Desconfio, no entanto, que os números não estão tão manipulados assim. Acho que pode existir aquela coisa de tirar quatro pontos de um jogar para o outro. Mas o fato é que o PT realmente sai em cada eleição com 30% dos votos, com as coligaçõs, acordos e contracordos, chega-se aos 40% fácil. E ainda estamos subestimando o poder da Globo, e o efeito das próprias pesquisas inflacionadas há um ano. A globo ainda faz a cabeça do pobre alienado, que graças a Deus tem diminuído muito no país.


A Globo batendo em Bolsonaro dia e noite, 360 dias ao ano, sem respeitar carnaval ou dia santo, conseguiu tirar votos de Bolsonaro, temos que encarar essa realidade. Se não fosse a rede Globo, Bolsonaro venceria no primeiro turno. Hoje acredito que ele está na casa dos 40%. O jogo está empatado e será muito duro. A esperança dos Bolsonaristas é de que Lula caia quando todos os podres das gestões petistas forem relembrados. Cairá certamente, mas nem tanto. E de ganharem votos indecisos mostrando a boa performance de Paulo Guedes, Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina. 


O voto envergonhado é outro fator que determina esses números. Tanto tem petista envergonhado que vota em Lula, mas não vai para rua manifestar seu apoio a um ex-presidiário, como, em termos de marketing, seria um desastre para Lula ir para rua comparecer a eventos esvaziados com a turba chamando ele de ladrão. A estratégia de Lula está correta, é semelhante a de Biden nos EUA. 


Temos que contar também com a classe média que odeia pobre. O representante dos pobres é Bolsonaro. O PT já virou classe média há muito tempo e na classe média o efeito da guerra cultural foi avassalador, gerando a mordomia culpada. Não abrem mão da mordomia, mas a doutrinação de esquerda nas universidade e nas artes faz com que eles se sintam culpados. A esquerda soube cooptar esse sentimento que ela mesmo gerou. 


A classe média emergente que estudou em faculdade privada, que ralou como pequeno empresário para se tornar médio empresário, esta vota em Bolsonaro juntamente com os pobres que não se vitimizam diante dos desafios da vida. O pobre que se coloca como vítima, que representa ainda o "homem cordial" de Sérgio Buarque, esses querem um pai e não um presidente e por isso votam no paternalista Lula.


Porque a principal característica do homem cordial, o seu aspecto mais criticável para Buarque, é justamente essa subserviência filial. Também vota em Lula o Brasil com espírito de colônia. Inglaterra, França e Alemanha se opõem aos conservadores, então temos que ir pelo mesmo caminho, vamos todos de mãos dadas nas alamedas do globalismo: - Que tal darmos de presente a eles a Amazônia, fazer dela um território internacional? Todos aplaudem e cantam "Imagine"


O voto envergonhado a Bolsonaro é menor e obedece a outra lógica. Muitos antilulistas têm vergonha de se assumirem Bolsonaristas, mas aqueles que assumem manifestam seu apoio de forma desabrida, nas motociatas e eventos religiosos e ligados a datas comemorativas. É um tipo de envergonhado que fica dizendo para si mesmo que está indeciso. As pesquisas também estão erradas quando colocam só 12% de votos brancos e nulos, quando nas últimas eleições eles bateram a casa dos 30%. A eleição vai ser dura e se a diferença entre Lula e Bolsonaro for pequena, na sala fechada dos homens divinizados, a dança dos números será apenas um detalhe, um pequeno ativismo judicial a mais, como a cereja do bolo.

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.