Precisamos discutir a comunicação de Alagoinhas pra ontem




Resolvi escrever algo sobre  Marcus Aragão, dias depois do impacto de sua passagem ao plano espiritual. Nesse meio tempo recebi mtateriais pela internet sobre uma campanha difamatória que ele vinha sofrendo nas redes sociais. Minha cautela se deu por ter uma linha de trabalho diferente da que ele adotava e muitos outros comunicadores adotam.


 Parto do princípio de que ainda não fazemos jornalismo em Alagoinhas, nem eu faço, nem qualquer outro faz. Mas existem os que tentam verdadeiramente fazê-lo  como eu, Rui Albuquerque, Vandekey Soares, Ícaro Pereira, Claudio Pinto, Rayner Freitas, Caio Pimenta e o pessoal da rádio 2 de Julho, citando alguns a título de exemplo. Tentamos seguir a linha de Walter Campos e de Belmiro Deusdete. Coincidentemente Aragão despertou a ira de um cargo comissionado do governo municipal, quando estava tentando fazer jornalismo, cuja essência é a crítica.


Sobre Marcus Aragão particularmente, só tenho elogios a sua destreza, a sua articulação de ideias, perspicácia, expressividade como comunicador. Logicamente que foi uma infeliz e grande perda. A maneira desrespeitosa como foi tratado por um funcionário da Secretaria de Cultura, que, se não me engano, é também um comunicador da cidade, é de deixar qualquer um estarrecido e indignado, principalmente porque o alvo das calúnias não as merecia. Era pessoa cordata, alegre e incapaz de agressões verbais como as que recebeu.


A  última vez que estive com Marcus foi em seu programa de rádio, quando ele me cedeu generosamente espaço para tratarmos do dia municipal do jornalista em homenagem a Walter Campos, projeto que Belmiro levou adiante. Naquela entrevista, eu falava da necessidade de nos unirmos para fortalecimento da prática da profissão e dizia que precisávamos romper ccm esta separação entre jornalistas e radialistas e ainda precisamos fazê-lo. Os lastimáveis fatos aqui narrados por alto provam isto.


Necessitamos discutir a comunicação em nossa cidade de forma urgente, pra ontem. Discutirmos principaçmente sobre a forma como a Prefeitura tenta amordaçar o jornalismo com ameaças de banimento de sua lista de veículos recebedores da publicidade governamental. Eu fui vitima de retaliação e conheço vários outros casos de colegas que tiveram o mesmo destino. Mais do que discutir este assunto, é conscientizar o empresário local que ele tem um papel extremamente importante para o ressurgimento do jornalismo pleno na cidade. O empresário tem que pensar em colocar seu anúncio em um veículo de grande público, mas também naquele pequeno que, com suas críticas - repetindo, papel crucial do jornalismo -  contribui para o enriquecimento e a grandeza do debate público.


 E, acima de tudo, pensar que esta atividade é vital para a democracia e para a evolução humana e da sociedade, que é bem mais, e mais complexa e mais digna e valorosa que seu desenvolvimento econômico. Pensemos a comunicação, olhemos por ela, pelo legado de Walter Campos, pela luminosidade e grandeza do farol que é Belmiro Deusdete. Todos nós, enquanto sociedade, temos uma parcela de culpa com o que aconteceu a Marcus Aragão, vamos ter a coragem e a ombridade de assumirmos isto ou continuemos ladeira abaixo.


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