100 dias sem planejamento, sem direção e correndo atrás de dinheiro
Por Paulo Dias, Drt/Ba 1903
Tarcísio de Freitas é o oposto de Lula. Em 100 dias atuou com eficácia na tragédia ocasionada pelas chuvas no litoral paulista, colocou em pauta seus principais projetos, realizando estudos inclusive, a exemplo da transferência para o centro da sede do governo, as privatizações da Sabsp e do metro, este com o anúncio da conclusão de obra paralisada desde 2018 e a extensão do trem de passageiros até Campinas. Atuante, transparente e técnico.
Lula não detalhou ou explicou na campanha seu plano de governo, e, em três meses e 10 dias, ainda não colocou seus ministérios para planejar suas ações. Por quê? Primeiro por sua índole autoritária: La garantía soy yo.
Depois por não saber o tamanho do orçamento que tenta desesperadamente espichar com a criação de novos impostos e com o término de isenções. Se for mexer com as isenções perderá mais ainda apoio parlamentar - eis o impasse. Governar com muito dinheiro, qualquer um faz, agora quero ver...
Seu perfil autoritário se revela quando diz que quem manda na Petrobras é ele e quando revoga a lei das estatais e o teto de gastos, em troca de uma nova âncora fiscal, que não é âncora coisa nenhuma, porque não prevê punição para o gestor, ele mesmo, se não cumprir com o estabelecido.
Sua performance e suas intenções assustam o mercado e por isso mesmo não conseguiu ainda uma base sólida no parlamento, está aprendendo tardiamente, não sei porquê, que quem manda na casa são os grandes empresários. Confiou demais em sua verve de encantador de serpentes, se esquece que 70% dos eleitores o rejeitaram nas urnas e do seu passado com o mensalão e a Lava Jato.
Com a língua solta, proferindo sandices, em 100 dias, nem sequer sinalizou que direções vai tomar, que programas estão sendo gestados, para informar à sociedade pelo menos o esboço, a linha mestra em cada área governamental. Nem sequer um diagnóstico da realidade a ser enfrentada existe. Esse é o resultado do retorno ao ministério político, ao inchamento do Estado sem critério de competência. Temos o triste episódio de Simone Tebet, ministra do Planejamento, admitir, o que todos já sabiam, que ela não entende nada de economia. Bizarro!
Máquina pública obesa, necessidade de trocar apoio legislativo por obras e de conceder auxílios aos mais pobres cada vez mais, tudo isso necessita de dinheiro. A previsão do crescimento está abaixo de 1% e lá vêm impostos que serão repassados aos mais pobres e podem gerar mais inflação, principalente, dizem os especialistas, se o presidente do Banco Central ceder às pressões do presidente e abaixar os juros. Acho que o governo está paralisado e só vai andar depois de conversar com a China, a nova liderança mundial. Então foram 100 dias de espera pela visita ao chefe?
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