Alagoinhas contará com R$ 1,396 mi da lei Paulo Gustavo, atrás de municípios com menor expressão cultural

 





Segundo matéria da Gazeta dos Municípios,  Alagoinhas é a décima cidade, na Bahia, em termos de recursos, a receber as verbas da Lei Paulo Gustavo de incentivo à cultura, sancionada na semana passada em Salvador, em ato que contou com a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva e da ministra da Cultura, Margareth Menezes.


A disparidade para com outros municípios do "mesmo porte", mas com tradição cultural menos relevante, é gritante. Alagoinhas receberá em torno da metade do que será destinado à Camaçari e Vitória da Conquista e pouco mais de 2/3 do que foi assegurado para Juazeiro. A pressa em liberar os recursos e a falta de um programa nacional e estadual de cultura bem definido e atualizado resultam nesta distorção. 


Termina-se recaindo na velha vala da incompetência, causa de mau uso do recurso público. Vamos ver como será o acesso dos artistas aos incentivos financeiros, para não haver a tão comum prática, no Brasil, do apadrinhamento. Na realidade, fizeram uma lei com viés eleitoral, por isso o simplismo no critério de partilha. 


Mesmo assim os valores são expressivos e históricos, a cultura municipal nunca recebeu de uma só vez cifras tão elevadas. Porém o que não dá para entender é que quase R$ 1 mi são destinados para o audiovisual e R$ 400 mil para as demais expressões artísticas. A lei de fato foi muito mal elaborada, não observando as especificidades locais.


 O único critério de distribuição dos valores liberados foi o populacional. Vale aqui um alerta, Alagoinhas pode estar com sua população subestimada, porque o senso sempre necessita do município, acredito que extra-oficialmente,  complementar a magra logística do IBGE. Se a Prefeitura não disponibilizar itens essenciais como transporte - veículo e combustível, mobiliário, computadores e lanche para os agentes de ponta da operação de estatística, os números ficarão abaixo da realidade.


À frente de Alagoinhas estão cidades como Salvador (R 22,9 milhões), Feira de Santana (R 4,6 milhões), Vitória da Conquista (R 2,7 milhões), Camaçari (R 2,4 milhões), Juazeiro (R 1,8 milhão). Outros receberão os seguintes valores: Itabuna (968 mil), Lauro de Freitas (R$ 933 mil), Ilhéus (R$ 760 mil) e Jequié (755 mil. Alagoinhas é a décima cidade e obedece a critérios populacionais, de acordo com a Gazeta dos Municípios. (Vejo que esses dados precisam ser revistos).


A Lei Paulo Gustavo prevê aplicações no setor cultural, que foi um dos mais prejudicados no período da pandemia. Apenas para a Região Nordeste, os investimentos somam mais de R 1,1 bilhão. Ao todo, a Lei terá um repasse direto de R 3,8 bilhões, o maior valor da história do país destinado ao setor cultural.


Desse montante, R 2 bilhões são voltados para os estados e R 1,8 bilhão para os 5.570 municípios brasileiros. Os valores podem ser aplicados na música, dança, pintura, escultura, cinema, teatro, fotografia, artes digitais e outras áreas.


Para acessar os recursos, os entes federados devem usar o sistema da Plataforma Transferegov br a partir desta sexta-feira (12/5) e terão 60 dias para registrar os planos de ação, que serão analisados pelo Ministério da Cultura (MinC). Os valores serão liberados após a aprovação de cada proposta.


REGIÕES -- Somando os aportes para os 1.668 municípios e os quatro governos estaduais do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), a região terá investimentos que superam R 1,4 bilhão, o maior do país na Lei Paulo Gustavo.


O Nordeste tem R 1,1 bilhão destinados a seus 1.793 municípios e aos nove governos estaduais. O Sul, com R 523,7 milhões reservados a 1.191 municípios e aos governos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, aparece na sequência.


À região Norte estão reservados R 424 milhões a seus 450 municípios e aos sete governos estaduais. O Centro-Oeste completa a lista, com R 298,3 milhões em recursos aos 466 municípios da região e aos governos Estaduais de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. Porque valores tão vaixos para esta região? Critério populacional?

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