Renato Almeida mostra números preocupantes da adminstração municipal

 



Em entrevista ao Intera, o ex-secretário da Fazenda Renato Almeida, acompanhado de Harnoldo Azi, mostrou números inquietantes. Em sete anos do atual prefeito, Joaquim Neto, arrecadaram-se mais de R$ 3,2 bi e investiu-se apenas algo em torno de 7%, cerca de R$  210 mi, 30 mi por ano, destinado ás contrapartidas das obras estaduais e federais e a intervenções urbanas com recursos próprios. O volume ainda é relevante, mas não se percebe na cidade nada de significativo que tenha sido realizado com estas verbas. Almeida ainda revela que o atual governo  conseguiu cumprir com apenas 56% do previsto na Lei Orçamentária Anual - LOA.


É certo que foram reformadas  escolas, mais de 30 unidades,  criadas 12 UBS e reformadas grande parte delas. Asfaltaram-se 500 ruas, mas a maioria com verba de empréstimo que não entra nesta conta. A reforma da JJ Seabra também foi realizada com verbas municipais. Investe-se pouco e com qualidade questionável. Tudo isto significa também que 93% da receita foram gastos em custeio, R$ 2,7 bi. Cerca da metade disto com despesas de pessoal, R$ 1,35 bi, mas quanto foi despendido com cargos comissionados? A máquina pública não estaria inchada? Por que o custeio é tão alto? Quanto se gasta com aluguéis de imóveis? 


Tudo isto deveria ficar às claras neste momento eleitoral. Se Renato Almeida fosse o candidato, certamente isto seria questionado em debate, mesmo assim seria de bom tom que Gustavo Carmo respondesse a estes questionamentoss feitos sobre a administração do seu padrinho político.


Enfim, a conclusão a que se chega é de que nosso custeio é pesado, a máquina pública pode estar inchada e que, com os recursos arrecadados, deveríamos ter melhores serviços de educação, saúde, assistência social, cultura, esporte... Tudo que nos falta não deveria faltar. Será que só ineficiência explica estes números?


 Renato Almeida coloca um agravante, o Código Tributário implantado por Joaquim Neto tem taxas abusivas que afugentam os empresários. Por isto nos últimos sete anos, nenhuma empresa de grande relevância se instalou no município. "Alagoinhas sequer tem uma lei importante de incentivos fiscais", afirma. As receitas de 2017 a 2023 "cabriolaram" de R$325 mi/ano para R$ 608mi/ano, algo superior a 86% de crescimento, com uma inflação de 39,4%. Com relação a tributos, as receitas evoluíram 159%.


O mais alarmante ainda é o gigantesco endividamento a que Alagoinhas se submeteu. Considerando o período que vai da primeira gestão em 1853, de José Genuíno da Silva Teles a Paulo Cezar, a dívida acumulada era de R$ 72 mi. Joaquim Neto elevou este montante para R$157mi. Sozinho contraiu um débito maior do que foi produzido por todos os prefeitos juntos em 163 anos. São 102% de acréscimo. O serviço da dívida, que PC deixou com R$ 252 mil/ano, foi para R$ 10 mi/ano, 40 vezes mais.


O legado que Joaquim Neto deixa para a cidade, segundo  Almeida, é lamentável. Até hoje cada cidadão que nasceu em Alagoinhas recebeu uma dívida de R$ 973,00. A cidade é detentora da posição 31 em PIB per capto estadual entre 417 municípios, mas quando se parte para a educação, ocupa a posição 199 e quando se fala em mortalidade infantil, figura na posição 236 - morrem-se mais crianças aqui do que em 181 municípios.


A coisa ainda piora, dos 17 municípios da região litoral norte/agreste, Alagoinhas é a primeira em pib e está na posição 9 em educação, ficando atrás de Mata de São João. Pojuca e Catu e de mais cinco outros municípios. Apresenta-se na posição 10 em mortalidade infantil. "Isto é uma vergonha, é a prova cabal de que falta competência. Este é o governo que arrecadou mais, se endividou mais e não conformado, começou a vender patrimônio público", avaliou.

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