Estrategicamente Barroso recua, suspende o afastamento de Hardt

 

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu nesta terça-feira (16) anular a decisão do corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, que havia afastado do cargo a juíza Gabriela Hardt, que conduziu processos da operação Lava Jato. Foi mantido, porém, o afastamento de dois desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região). E o ministro, Luís Roberto Barroso, em aparente surto de bom senso e de compostura, foi veementemente contra a expulsão da Juíza.  Mostrou-se indignado com o assodamento de Salomão e com sua falta de fundamentação para aplicar pena tão extremada. Parecia ser uma outra pessoa em sua determinação justiceira. Ele que já disse: "perdeu, mané" e "nós derrotamos o bolsonarismo".

Acho que ele percebeu que eleitoralmente seria desastroso punir uma juíza em um ato que suscita vingança por ela, como os demais, terem condenado o Lula. Luiz Felipe Salomão já perseguiu youtubers conservadores. Iria pegar muito mal. Os desembargadores foram punidos com excessivo rigor, no entanto, a receita agora e trabalhar em doses menos cavalares. É o efeito Musk. Se bem que a censura e a perseguição à direita conservadora persistirá. Leis de censura à internet pululam em toda europa e há iniciativa neste sentido até no parlamento europeu. O Brasil, por incrível que pareça, está sendo visto como exemplo de resistência para o mundo.

Barroso afirmou que o afastamento dos juízes foi uma decisão "ilegítima, arbitrária e desnecessária". Segundo o ministro, Salomão não tinha justificativa para punir os magistrados em decisão monocrática, um dia antes de uma sessão colegiada do CNJ.

O CNJ derrubou, por 8 votos a 7, a decisão que havia afastado Hardt. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ, votou contra os afastamentos e pediu vista da análise do mérito do caso. Com isso, fica adiada a decisão que pode abrir um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) contra Hardt e o senador Sergio Moro que também é investigado.