Debate político é importante, mas não é tudo
Fugir dos debates políticos parece um ato de covardia, mas pode ser só uma estratégia eleitoral. A modernidade nos trouxe o mito de que a racionalidade e a evolução técnica nos levariam a uma sociedade harmônica e próspera. Pois bem, estamos no ápice da modernidade, na pós-modernidade e ainda conservamos padrões de comportamento político semelhantes aos da Roma Antiga, nada mudou de tão significativo quanto ao exercício do poder.
Temos exemplos de fracassos de grandes intelectuais no poder como FHC, Waldir Pires, Gilberto Gil, Fernando Haddad, agora mais recentemente. Nem sempre o intelectual ou o mais bem dotado em intelectualidade consegue traduzir sua sapiência livresca em qualidade administrativa. Freud foi o maior entendedor do sexo, mas não necessariamente foi o melhor amante, com o perdão do simplismo.
Os debates políticos se mostram mais como pegadinhas, artimanhas e como jogos psicológicos do que como embate edificante e honesto em prol da melhoria da cidade. Se fosse assim, melhor fazer uma prova de doutorado do que uma eleição ou exigir doutorado para aqueles que pretendem assumir o cargo de prefeito.
Tudo que estou falando se volta para dizer que não é nenhum absurdo Paulo Cezar fugir dos debates. Dizer que Paulo não tem nível intelectual apropriado é uma meia verdade. Existe uma teoria ainda não contestada, chamada inteligências múltiplas, até Gramsci falou, neste sentido, em intelectual orgânico. Não ter bom desempenho escolar não significa burrice, vários empresários, artistas e até cientistas provam isto, esta teoria desmistifica a supremacia intelectual. Existe a inteligência emocional, a sensorial-estética, a sensório-motora, a pragmática, a tácita. Paulo tem inteligência política superior, se não fosse assim, não teria chegado onde chegou e não ostentaria a popularidade que tem ainda hoje.
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Creio que Gustavo Carmo seja de fato o mais preparado e o mais competente, mas não podemos deixar de notar que está apoiado por um PT com baixa inteligência emocional e por Joaquim Neto, que, mesmo sendo médico, não resolveu a contento os problemas da saúde municipal e fez uso das verbas dos empréstimos de forma pouco inteligente.
Lula, por exemplo, é bastante inteligente, sempre colocou seus adversários no bolso em debates, mas olhe o buraco que ele enfiou o país, cego por sua ganância por poder. Olhando para a historia de Alagoinhas, dois homens brilhantes Judélio Carmo e Murilo Cavalcante não fizeram mais do que Miguel Fontes, que tinha a imerecida fama de chucro, digamos, não tinha a inteligência dos outros dois. O Kid Abelha cantava: "Agora, você vai embora e eu não sei o que fazer, ninguém me ensinou, na escola, o que é que eu devo fazer"
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