Muito obrigado, Belmiro Deusdete e Ícaro Pereira!!!
30 ANOS DE JORNALISMO COMO MANDA O FIGURINO - Por Belmiro Deusdete
Todos sabem que nunca quis ser dono da verdade, mas é fato que me dediquei bastante e ainda me dedico para assumir com responsabilidade o ofício de jornalista. Sou meio Ayrton Senna, um dos meus ídolos, arrisco tudo, vou ao limite, por isto erro bastante, mas nunca levianamente. E os erros de digitação, que são constantes. A estrutura precária do nosso jornalismo não nos permite que seja diferente. Entretanto, tenho que faltar com a modéstia, para dizer-lhe que compenso no conteúdo e no estilo - fazer texto é como tocar uma canção. Um dia fiz um verso, tipo um haikai:
"Quando escrevo ouço pássaros encantados,
são as palavras, pássaros encantados".
Estudei na fundação José Carvalho, a escola paraíso. Sou formado em Técnico em Mineração. Com meus conhecimentos topográficos, fiz o levantamento do Vale da Esperança, a pedido do irmão Bruno do Taizé. Aos 16 anos, tentei participar de uma reunião do PC do B, chefiado por Aloísio, fui barrado, pois o partido ainda estava na clandestinidade. Depois, em Salvador, estive envolvido nas lutas entre o Solidariedade, ligado ao PT, e o Viração, representante do PC do B, lembro bem de Pellegrino, de um lado e Lídice da Mata e Alice Portugal, de outro. Fui para o primeiro comício do PT em Salvador, na Lapinha, quando Edval Passos era um dos líderes mais destacados. Aqui em Alagoinhas, fiz boca de urna para Edmilson, e andava com Pedro Marcelino, Elionaldo Faro e depois Gavaza, Giorlando, Amilton, Aranha e com toda a rapaziada da cultura.
A Facom(EBC) era anarquista, não tínhamos DA. Quando vinha alguém do PC do B nos doutrinar para abrir o diretório, deixávamos o cara falar por uns 10 min e aí um gritava do meio da plateia: Viva Bakunin!!! A reunião acabava com todos rindo muito. Muita história, fui contemporâneo de Wagner Moura e colega de classe de Jean Wyllys. Tive como professor Florisvaldo Mattos, Ruy Espinheira, Guido Araújo, André Cetaro, Carlos Libório. Lá, no auditório, assisti a palestras de Jimmy Cliff, Regina Dourado e Walter Salles e na reitoria a de Luis Carlos Prestes. Conversei com Gabeira sobre a fábrica de celulose que seria montada no Litoral Norte. Na minha banca de graduação estava Hélio Xaréu, aluno de Bimba, pois defendi a monografia: "Capoeira Regional: marketing ou ritual?" Shows, palestras, shows, palestras, greves, manifestações. Já em Alagoinhas, lembro da emoção de entrevistar Waldir Pires e depois de alguns anos, Lula, na campanha em que ele foi vitorioso, sou pé quente.
Em Alagoinhas, lembro da campanha de 2004 de Elionaldo Faro, em que fui assessor de comunicação, e das conversas com Luiz Roberto Moraes sobre saneamento. Lembro de Gal, indo à minha sala, confabular. Da implantação da assessoria de comunicação, quando os operários não queriam sequer tirar uma foto, tive que explicar que o intuito era valorizar o trabalho deles. Depois fiquei amigo de todos. Tinha vezes que a equipe técnica ligava pra mim pra perguntar quantos metros de tubo eles haviam instalado. Os stands montados no dia mundial da água e no parque de exposições e nos eventos fora do estado. Os avisos por carro de som, quando faltava água.
Lembro quando Eduardo Magalhães faleceu, inesperadamente. Maurílio, o assessor, estava fora por motivos médicos. Coube a mim fazer o telegrama de pesar - que responsabilidade. O texto foi para o secretário de Governo Marco Antunes, depois rodou todas as secretarias, inclusive a de Educação. Voltou sem um reparo: - Pronto, Paulo, o texto foi aprovado, pode ir no Correio postar. O mesmo texto, com cinco, seis linhas, foi para mensagem da Prefeitura no Correio da Bahia e na coroa de flores enviada pela Prefeitura. Muitas histórias e ainda vou deixar de fora o tempo na Previdência Social, quando fui recordista de postagens no site nacional e na antiga Gazeta Mercantil, cheguei a almoçar com o velho ACM. Era um grupo seleto de umas trinta pessoas, no restaurante do Centro de Convenções, estava como acompanhante da superintende da Previdência Social. Bom, a homenagem me fez reviver estas coisas. Certamente que ajudei a construir a comunicação da cidade, bom ter este reconhecimento, sou grato por isto e o serei para sempre.


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