Cleto da Banana nem ninguém deve se perpetuar no poder- é antidemocrático
Cleto da Banana tem sido um bom presidente da Câmara de Vereadores de Alagoinhas, tanto que conseguiu modificar de forma antecipada o estatuto para garantir a reeleição e partiu para o terceiro mandato. Ficou óbvio que na disputa com Andersin Baqueiro,preferido do prefeito, pelo cargo até a oposição optou pela continuidade. Cleto não é o tipo de político perseguidor e de fato abre espaço para todos igualmente, apoiando seus respectivos trabalhos. tem mérito.
Contudo a bondade do vereador abriu um pecedente perigoso, a não alternância de poder, contrapondo-se a um princípio democrático basilar. De fato, a concentração de poder pode levar a grandes distorções. Comenta-se, sem provas, que na eleição passada o presidente da Câmara garantiu tanto sua reeleição na qualidade de mais votado, assim como a de um grupo de colegas.
Se isto fosse verdade, Cleto contaria com uma mini bancada dentro da casa. Se fosse ambicioso, conseguiria também emplacar uma secretaria no executivo. E se fosse atrevido o bastante, chegaria a ponto de dividir com o próprio executivo a gestão do município, sem ter tido votos para isto.
Poderia inverter a ordem de prioridades do governo municipal. Se uma fábrica fosse instalada, teria força de influenciar em sua localização. Determinaria móveis e imóveis a serem alugados, Em um executivo corrupto, seria fácil definir parte do agendamento de médicos e exames. Seria capaz de impor leis em benefício de determinados setores empresariais, angariando mais poder. Apontaria qual valor de ISS seria cobrado para os amigos e todo tipo de falcatrua. E olhe que tudo isto já existe, Brasil afora, sem a dupla reeleição.
Desta forma teria caminho aberto para ser um candidato competitivo ao legislativo estadual e até a se candidatar a prefeito da cidade. Seria um abuso do poder econômico com dinheiro do próprio povo, ferindo duplamente os preceitos democráticos. Ainda bem que Cleto da Banana não tem tamanha ambição. Mas o fato de ser um bom presidente do legislativo não deveria ser motivo para atropelar a alternância de poder. Com esse precedente em aberto, cria-se oportunidade para que políticos de má indole façam manobras inescripulosas para manter a cidade sob seus caprichos.
Mecanismos para extinguir e proibir a reeleição na casa legislativa e até mesmo no executivo precisam ser pensados. O Brasil já vive em uma ditadura do judiciário, todo cuidado é pouco para salvaguardar a democracia. Considerando a história, ela ainda é uma criança comparada com os milênios de tirania.
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