Quem vai botar ordem na comunicação?




 


Confesso que sou um jornalista mal informado, a contestação da vereadora Luma Menezes ( a política velha de cara nova) não foi com relação ao orçamento da comunicação da Secretaria de Educação, como disse ontem em matéria, mas referente a todo o orçamento da comunicação da Prefeitura. Contudo persiste o problema da falta da fundamentação técnica para avaliar o tema. Tomar decisões baseadas no achismo e no voluntarismo é perfil de pessoa autoritária, que se acha dona da verdade e imatura. Acho que a verdadeira face da vereadora está surgindo finalmente. Mas sei que o tempo lhe dará sabedoria, se adquirir humildade suficiente e se for bem orientada. 


Bom, até o momento que escrevo esse texto não sei se o orçamento da comunicação foi aprovado na íntegra ou se foi reduzido - não consegui nenhuma informação relativa no site da instituição. Eu só acho que os vereadores, incluindo Luma, não sabem nada de comunicação, por isso deveriam ouvir os profissionais do setor para formar seus pareceres. 


Como também devem se preocupar com o péssimo trabalho realizado pela assessoria de comunicação do próprio legislativo. O único avanço notório são as lives - a transmissão on line das sessões. O trabalho da assessora em si é tecnicamente fora dos parâmetros jornalísticos, apesar de sua boa formação intelectual, algo que é até difícil de entender. O textos são bons, mas sem nenhuma abordagem midiática, são relatórios frios, sintéticos e desinteressantes. Será que a profissional é realmente vocacionada para a atividade de comunicação? 


Ou talvez uma ligeira capacitação resolva o problema, enfim, torço pelo seu sucesso e até rezo para estar equivocado. Para ser justo com a colega, eu, que já assumi interinamente esse cargo, entendo que se faz necessário, pelo menos, mais um profissional para dar conta da demanda de comunicação ali produzida. Bom, se precisar de ajuda para alguma troca de experiência, considerando meu parco conhecimento, estou às ordens, sou cooperativista, politicamente falando.


Aproveito também para reforçar a necessidade de se discutir com coragem a praga que significa os JABÁS na cidade. 


Talvez a discussão do orçamento deva ser feita de forma ampla, com reuniões setorizadas. Como também é preciso se criar um instrumento que apresente critérios norteadores para a contratação, produção e veiculação da publicidade oficial ( do executivo e do legislativo), porque nada nesse campo é transparente ou atende aos princípios da publicização. 



Os contratos publicitários são obscuros e realizados em troca de bajulação e subserviência. Mas quem terá coragem de propor essa discussão? acredito que ninguém, mas eu tenho essa coragem, talvez por amor à profissão que abracei, talvez por ser jornalista de formação e por isso saber da importância e da delicadeza dessa atividade. Isso acho me dá força para enfrentar esse debate  a qualquer momento, em qualquer lugar.


 Seguiremos com a comunicação avacalhada, como se assistiu nos últimos 20 anos? Quem paga tem voz e vez, quem não paga é cancelado e silenciado. E a comunicação, salvo exceções bastante raras, continua propagando mentiras e escondendo verdades, ajudando corruptos a se manter no poder e asfixiando aos poucos o debate democrático de ideias, desnutrindo, depauperando a própria cidadania, colocando em seu lugar uma massa crescente de alienados.

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