Morte de Paulinha Abelha, e se foram os remédios para emagrecimento?

 

A morte de Paulinha Abelha, da banda de forró Calcinha Preta, foi algo comovente e trágico. A perda de uma vida humana ainda jovem e de um talento. Mas podemos tirar algumas lições sobre esse episódio de dor e de tristeza.

Saindo do drama em si, fica a questão de ter ocorrido uma morte  sem explicação científica, em princípio. Isso se complicava com a suspeita de estar vinculada ao uso de remédios para  o emagrecimento.

Mas a família recebeu o laudo da morte e não quis divulgá-lo. Se foi algo de caráter muito íntimo, só nos cabe respeitar e o assunto para por aqui. Mas se a causa da morte foi os remédios para o emagrecimento, seria de utilidade pública sua divulgação para evitar que outras e outros sigam por esse mesmo caminho, para alertar sobre o perigo dessas substâncias. Para evitar mais mortes, sobretudo dos jovens obcecados em se manterem no padrão de beleza exigido. Onde estão, nessa hora, a Anvisa, a Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde? Cadê STF, paladino dos fracos e oprimidos?

Mas nisso pode ser que tenha entrado em campo o marketing musical. Primeiro que foi estranho a realização de dois velórios abertos ao público, acho que foi inédito, no mundo. Interessante que, em nenhum dos dois, houve uma presença massiva de fãs.

A entrevista no Fantástico diz muito a esse respeito. Se preocupou mais com o futuro da banda do que em homenagear a cantora. No final a cereja do bolo, o Calcinha Preta está lançando um CD de inéditas. Pareceram aquelas entrevistas acertadas pelo departamento comercial. Veja como a Globo direciona(manipula) a reportagem para onde ela quer. 

Mais uma vez se perdeu uma grande chance de se alertar a população sobre os perigos dos remédios para emagrecimento. Será que a indústria farmacêutica que produz esses remédios não pode estar envolvida em tudo isso também? Talvez tenha se perdido uma grande chance de se evitar mais mortes. Esse assunto é muito sério, mas foi varrido para debaixo do tapete, fica a impressão de que muitos interesses econômicos levaram a esse enfoque ou à falta de enfoque.

A situação