Michelle Bolsonaro se sai bem, mas mídia a massacra, claro


 O discurso de Michelle Bolsonaro, na convenção que oficializou a candidatura de Jair Bolsonaro e Braga Neto, foi duramente criticado pela mídia que faz política de oposição, há três anos e meio, ao invés de jornalismo sério.


Em parte a mídia tem razão, só não tem o direito de ser impiedosa, especialmente quando do outro lado, joga para debaixo do tapete o mar de lama criado por seu principal adversário, como se ele  (o mar de lama) não tivesse existido ou  devesse ser tratado como algo irrelevante.


Misturar estado e religião é impróprio, mas nada demais em se fazer presentes coisas da fé na campanha política. Ademais a mídia se fosse séria, levaria em conta que ela não tem domínio do discurso político e que para enfrentar uma multidão de 10 mil pessoas e milhões em rede social, é natural que levasse sua fala para um campo de maior domínio. Ela se saiu bem, só aproveitou alguns momentos para carregados apelos emocionais e para estabelecer um paralelo forçado entre a trajetória de Bolsonaro e a dos personagens heroicos da Bíblia.


Ela não é uma fanática religiosa que quer transformar o bolsonarismo em uma seita e o Bolsonaro não leva o menor jeito para fazer o papel do bom pastor. Claro que por trás de toda retórica estão vários personagens bíblicos que derrotaram poderosos e a até a saga do próprio povo de Israel. 


Dizer que Bolsonaro tem uma missão foi e é apelativo, mas funciona bem dentro da mentalidade evangélica, o mesmo vale para falas como "o Brasil é uma terra santificada ou escolhida, coisa do tipo... é praticamente recriar o antigo testamento em solo tupiniquim.  Afirmar que Deus tem "promessas para essa terra", deve estar se referindo a visões pastorais, só assim para não soar pretensioso. 


Fiquei preocupado com o "pacto de sangue", repetido por Bolsonaro. Isso foi uma grande bola fora, estupidamente dramático, canastrão ao máximo e com abertura para interpretações bizarras. Bom, ninguém é perfeito. No geral, o ganho foi importante, Bolsonaro vem se mostrando um candidato que não tem medo do seu povo, enquanto o nove dedos, foge como um rato, substantivo que pode significar "ladrão".


Já tivemos melhores oradores, mas o discurso dos dois foi coerente, claro e bem articulado. Eles fizeram o dever de casa certinho. Se dirigiram aos jovens e às mulheres sem apelação, se pautandndo na realidade sem demagogia e falsas promessas... taí um ponto positivo dele, procura ser o mais sincero possível. Contra-atacou as acusações de promover o ódio, lembrando da facada que levou e de ser fascista, mostrando que são os homens de capa preta que não respeitam a constituição.


Não torço nem voto em  Lula nem em Bolsonaro, acho ambos péssimos, mas considero que Tarcísio de Freitas, Paulo Guedes e Tereza Cristina estão entre os melhores ministros que tivemos. Não acredito em pesquisa e percebo sinceramente que vai haver fraude, como acho que houve nos EUA. Com isso quero dizer que tudo sinaliza para uma vitória de Bolsonaro. Vai ganhar, mas não vai levar.

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