Pulverização de votos revertida para deputado Estadual
Ludmila Fiscina se torna a primeira mulher alagoinhense a ser eleita deputada Estadual. Isso mostra que o comportamento eleitoral na cidade está mudando. Nota-se também que, a partir desse ano, a população começa a priorizar os candidatos da casa, deixando o município de ser terra de ninguém, onde forasteiros vinham minerar votos à vontade e sem aparecer na cidade.
No entanto, mesmo com a vitória de Joseíldo Ramos, Paulo Azi, para deputado Federal, e a primeira suplência de Radiovaldo Costa, para deputado Estadual, essa margem de votos na cidade pode ser maior. É significativo que, para deputado estadual, houve 70% dos votos destinados aos candidatos alagoinhenses, mas ainda tivemos 20% para os de fora, descontando os brancos e nulos.
Contudo, para deputado Federal, o percentual de votos a alagoinhenses cai muito e praticamente se inverte a tendência, com os candidatos da cidade obtendo pouco mais de 30% dos votos. Sinal de que a pulverização ainda persiste nesse segmento.
Com 25 312 votos, Ludmila Fiscina mostra a nova tendência, mas a custa de muita obra de asfaltamento apresentada e com significativo investimento na campanha. Alagoinhas representou mais de 41% de sua votação total de 60.921 votos.
Joseíldo Ramos, eleito com 104 228 votos, obteve 18.481 em Alagoinhas, 17,7% do total. Radiovaldo Costa angariou 13007 votos na cidade para um total de 45042, 28%. Paulo Azi foi o 12º mais votado da Bahia, com 137.383, mas em Alagoinhas conquistou apenas 6271 votos, um percentual em torno de 5% do total.
Paulo César foi o terceiro mais bem votado da cidade com 14 261 votos e teve um total de 18750 votos, 77% do somatório. Luma Menezes, para uma eleição de estreia, apresentou uma votação significativa, 6045 votos, quase empatando com Paulo Azi, um veterano na disputa. Outro alagoinhense, Rosival Leite, vinculado à agricultura familiar, quase chega lá, alcançou 38404 e 1841 em Alagoinhas.
Otto Alencar Filho, candidato de Ludmila a deputado Federal, conquistou apenas 2579 votos. Muito pouco para quem é filho do senador que trouxe a maternidade para a cidade, havia margem para crescer. De fato, para a Câmara dos Deputados, ainda persiste o velho problema da pulverização, embora esteja apresentando ligeira redução. Este talvez seja também o ponto negativo da campanha do prefeito Joaquim Neto. Esta votação irrisória comprometeria a atração de emendas futuras, sorte que dois alagoinhenses estarão no legislativo federal e sua esposa, no estadual.
O que esses números demonstram? Que Ludmila se elege com alto grau de compromisso com a cidade, pois Alagoinhas lhe deu a maior quantidade de votos. Ela também se concentrou na região, o que facilita desenvolver projetos que beneficiem a todas as cidades onde obteve votos de modo geral. O que parece que não é o caso de Radiovaldo Costa, se vier a assumir a titularidade, seu voto foi marcado pelo sindicalismo. Priorizaria Alagoinhas, por ter um percentual elevado de votos e pretensões eleitorais futuras. A situação de Joseíldo e muito mais a de Paulo Azi fazem com que assumam compromissos com várias cidades.
Lógico que, como líderes de segmentos políticos importantes, eles devem investir em emendas para Alagoinhas. No caso de Paulo Azi, muito também por ser cidade polo e de grande importância política e ser sua terra natal. Mesmo assim, as diferenças de Alagoinhas com o deputado persistem. Podem ser diminuídas com a maior presença do parlamentar na cidade e se implantar aqui um projeto que leve o seu nome, não literalmente falando.
Alagoinhas tem potencial para eleger um deputado federal ou dois, contando com a ajuda da região. Entretanto essa afinidade com os demais municípios ainda não acontece, de fato. Esse também é um ponto a ser corrigido. Joseíldo, que esteve alinhado por mais de uma década com os governos estadual e federal, poderia ter conseguido essa unificação, deixou a bola passar.
Um recado a todos que se elegeram deste humilíssimo jornalista: parem de destinar tanto emendas para asfalto e invistam bem mais ou simplesmente invistam na educação e em projetos sociais.
Dados obtidos com a colaboração de
Val do Barreiro
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