Sessão Especial lança Março Mulher, que não seja só falas e estatísticas
Teve início ontem,06, no município, o Março Mulher, na Câmara de Vereadores com a presença, neste evento de lançamento, dos representantes da Rede Proteção, justiça, polícia militar, militantes dos conselhos. Alagoinhas está de parabéns por manter esses mecanismos de amparo que registraram quase 3 mil casos de violência de homens contra suas companheiras em 2022. Isso tudo custeado pela Prefeitura, sem contar com um níquel do governo federal, Temer e Bolsonaro, e do estadual, Rui Costa, que elegeu o sucessor com apoio do movimento. Por isso, escrevi ontem matéria contestando o partidarismo do feminismo.
Segundo a deputada Estadual, Ludmila Fiscina, foram registradas 316 denúncias de crimes contra a mulher na Bahia nesse ano, mas, segundo ela, sabe-se que esse número é ainda maior, porque infelizmente, algumas mulheres não denunciam os agressores por fatores que vão desde o medo à dependência financeira. Por isso, é preciso estabelecer estratégias para mudar esse cenário.
A pergunta que fica é o "como". A rede de delegacias da mulher, DEAMS, é insuficiente, não houve investimentos necessários nesse equipamento básico em mais de uma década de predomínio da governança de esquerda no país e especialmente no nordeste, segmento que tem por pauta as políticas de gênero. tudo fica só no discurso. Nesse mês ouviremos muitos discursos e estatísticas, como sempre, acho que já chegou a hora de ações práticas.
Alagoinhas é um caso de sucesso que tem que ser replicado no país em conjunto com outros que certamente existem. No mais, vejam na matéria anterior: "Mais um feminicídio em Alagoinhas, o feminismo não pode ser partidário".
Fiz uma intervençâo no evento na Câmara de Vereadores, só Juci Cardoso teve a boa vontade de comentar, o resto, silêncio. Se um homem vai para um evento feminista e fala e recebe esse tratamento, é um dessestímulo a que os outros falem. Claro que minha posição destoava dos dogmas do feminismo. Criticar o feminismo não é ser contra a mulher nem ser machista, misógino etc, é querer que o movimento se fortaleça cada vez mais.
Seria bom nesse Março Mulher, as militantes se perguntarem: aonde estamos errando? Basicamente falei que o movimento era aberto para a participação de homens nos anos 80 e 90, mas que ele se fechou na passagem de século. È que era preciso avançar na pesquisa criminológica para se entender melhor a estrutura e a dinâmica do feminicídio, responder: quem é de fato esse homem que mata mulheres?
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