Cuca, mais um caso no futebol de violência sexual, a imprensa também errou



 


O técnico Cuca, recém contratado pelo Corinthians, deixa o time como consequência de uma condenação por violência sexual contra uma menina de 13 anos, na Suíça, há 36 anos. O desportista alega inocência, mas foi condenado à revelia, por sua própria culpa, na época,  jogador do Grêmio. Recentemente, o assunto vem à tona sempre que um novo trabalho se inicia. Agora as rejeições partiram de um grupo de corajosas atletas do clube.


A fato ocorreu em 1987, com a vítima sendo violentada por quatro jogadores, entre eles o Cuca, em um quarto de hotel. Se assemelha com o que aconteceu com Robinho, ex-santos, que pode cumprir a pena no Brasil. Estupro é hediondo, estupro coletivo é muito mais ainda abominável.


O fato é lamentável, mas tem que se criar a consciência que a verdadeira vítima foi a menor violentada. Cuca infelizmente está colhendo os frutos de sua opção de ignorar seu direito à defesa. 


Claro que uma pessoa não pode pagar a vida toda por um crime que cometeu, mas o treinador não cumpriu com sua responsabilidade de defender sua inocência perante a justiça. Óbvio que a situação para ele ficou, na época, muito cômoda, especialmente, se de fato é culpado, como assegurou o julgamento no país europeu.


Essa questão de extradição precisa ser resolvida para ontem. Se não extraditar, que se execute a pena aqui no Brasil. Que se coloque, se for o caso, em lei, o direito do brasileiro acusado no exterior ao amparo diplomático, mas do jeito que está não é bom para ninguém ou o é para os culpados. Nenhum pai ficaria satisfeito se sua filha fosse aqui molestada por um estrangeiro e este saisse impune por não poder ser extraditado.


Fiquei contente com as falas dos comentaristas esportivos Jorge Igor, Vitor Sérgio Rodrigues e Mauro César da Pan, em  apoio à recriminação social e em crítica  à forma como Cuca lidou com o assunto. Inclusive reprovaram a omissão da imprensa durante esses 36 anos,  com algumas matérias, à época, favoráveis ao jogador e questionadoras da vítima por ter entrado no quarto do hotel, em clara e clássica narrativa machista. 


O caso parecido envolvendo um famoso artista brasileiro também foi lembrado. Ele certamente saiu ileso do cancelamento por ser de esquerda, se fosse de direita, provavelmente teria que aposentar o banquinho.


É também louvável a iniciativa da deputada Estadual Ludmila Fiscina de fazer pleito junto ao Governo do Estado por ampliação da rede de Delegacias da Mulher na região e no estado. Bom também ver se sair da lacração da Globo e da Netflix e se partir para ações práticas. Se Cuca for inocente como alega, que consiga reabrir o processo e prová-la.



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