Houve a intenção de golpe de estado?





Waldemar da Costa Neto e dois generais ligados a Bolsonaro foram presos, ontem (08/02) nas operações da PF dentro do inquérito dos atos antidemocráticos, que culimaram no 8 de Janeiro.  Estão detidos os generais, Marcelo Câmara, Rafael Martins e o assessor Filipe Martins. Os generais Augusto Heleno, Anderson Torres e Braga Neto sofreram busca e apreensão e Bernardo Romão Correia Netto, com ordem de prisão, encontra-se a serviço nos EUA. 


Ao que parece, sim, houve a intenção de se articular um golpe de estado. Na letra fria da lei tramar um crime não é crime, mas, claro, o STF vai julgar especulação para um golpe de estado como golpe de estado em si. Desta forma o Bolsonarismo estará em maus lençois. Desesperados por ver um ex-presidiário na presidência da república, por uma eleição com urnas inauditáveis, os bolsonaristas, no mínimo, tentaram estudar a possibilidade de um golpe de estado, fizeram uma minuta de operações ou de articulações.


Pelo que se percebe à primeira vista, na prática, houve reuniões e tentativas de convencimento do alto comando do exército para a quebra da ordem democrática. Os bolsonaristas deram à esquerda tudo que ela queria. Ingenuamente acreditaram que estes documentos e conversas ficariam ocultos. De qualquer forma, isto mostra tanto a incompetência bolsonarista, quanto o seu perfil autoritário, que infelizmente vem justificar o autoritarismo de esquerda, que agora tem a arma de posar de defensora da democracia.


Ainda bem que meu lema eleitoral foi "nem Lula nem Bolsonaro", se não estaria como milhões no país com a pecha de golpista que lhes será atribuída com mais vigor agora. A esquerda dá um golpe fatal no bolsonarismo e na direita conservadora, vence quem tem mais profissionalismo na arte da "bandidagem". A esquerda tem NBA nisto. Ainda é cedo para se tirar conclusões. A direita conservadora está acuada, com stress pós-traumático. Vai se reunir para com cabeça fria elaborar uma contra ofensiva. 


Uma delas é assumir de corpo aberto que as eleições com urnas inauditáveis não são legítimas. E forçar uma campanha pelo voto impresso a partir de 2026. Outra saída é entregar Bolsonaro aos leões e seguir fortalecendo a direita conservadora. Vejo algo de positivo nisto tudo, com a morte política de Bolsonaro, finda-se a polarização, o que dá condições de elegermos candidatos competentes e honestos. Acho que este mal veio para bem.

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