Jon Jon lança nova música "Banco de Couro", sobre amor, prazer e manipulação

 


Jon Jon está na estrada entoando seu trap, um estilo mais popular de rap. Ele é mais melódico, assume a ostentação como estética e como discurso antimarginalização. Dizem claramente "vocês fizeram tudo para me tirar do jogo, mas eu construi uma nova via e sobervivi". Dessa forma todo um novo comportamento é introduzido no simbólico, gerando identidades de resistência. Mexe diretamente com sexualidade e com o capital, termina por abalar a ordem social, criando um outro espaço que desconstrói a subserviência ao statatus quo. 


O gueto mostra sua força cultural e modifica os códigos de sucesso e hierarquia. Aqueles a quem foi negado tudo, dão seu recado, mostram a indignação nas roupas, na gíria, nas formas de consumo. "Banco de Couro" é a nova música de Jon Jon em circulação. O carro remete à sexualidade, até aí tudo muito óbvio, mas vai falar de um cara que passou por desilusões e frustrações amorosas, mas que amadureceu, pegou as manhas e quer seduzir como jogo de poder e prazer - destrói o modelo branca de neve/príncipe encantado. 


Coloca o prazer puro, visceral em contraposição às percepções e concepções manipuladas do amor. O parceiro, a parceira tem que mostrar na consideração se merece ser amada ou simplesmente será devorada, tipo como diz Zeca Baleiro: "quero ser o caçador, estou cansado de ser caça".


Um outro lado deste trabalho é a produção dos vídeos para circular na internet. Jon Jon conta com um time muito bom da Kondendê que evolui a cada clipe. O diretor Dudu Perrone eleva a qualidade das imagens e mais ainda do som, claro. Os takes estão menos frenéticos, as imagens demoram e grudam na retina, é mais denso, com forte expressividade corporal. Mostra-se como signo e como produto, brincam com isto.

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