Guerreiras da Nova Vida - Associação Oncológica de Alagoinhas

 



"Precisamos garantir tratamento para quem já tem e para quem está chegando", este é o pensamento de Ana Lopes sobre a Associação Oncológica de Alagoinhas Nova Vida , entidade da qual é presidente. A luta de uma ONG em Alagoinhas é semelhante a daqueles que militam pela cultura e pelo esporte. São os abnegados. As pessoas já se acostumaram que seja assim e por isto mesmo assim continua. O trabalho é duro, a maioria dos que são beneficiados por ele trabalho não retornam para dar sua contribuição solidária. 


Ana Lopes está em tratamento há 22 anos, fundadora da associação juntamente com sua amiga Maria  Aparecida Lima  com 14 anos em convívio com a doença e com  Zenaide da Silva Nascimento, Há 11 anos tocam a entidade com voluntárias como Jardilena Cruz Santos, que cuida do brechó e entende que este trabalho lhe fortalece e revigora. Para elas, cuidar do problema do outro faz com que o seu próprio diminua. O amor e a dedicação é o maior remédio contra a depressão que acomete o portador de cãncer. A Nova Vida surgiu pra preencher a lacuna deixada pela Liga Baiana contra o Câncer, que desistiu do vínculo com município depois de uma longa luta por recursos.


A entidade, sediada na Casa da Cidadania, cuida de vários tipos de marcação de exames e consultas, pois seu público não precisa só do tratamento oncológico, eles necessitam de vários cuidados, o mais requisitado é a fisioterapia, fundamental para evitar a trombose. Graças a uma parceria, 18 deles não precisam mais viajar para Salvador, fazem as sessões aqui mesmo. Ana Lopes diz que uma das carências que acometem os pacientes é a depressão e lá, elas aprendem intuitivamente a agir como psicólogas. 


"Aqui olho no olho que mostramos que há uma vida para ser vivida, meu caso mesmo já foi objeto de estudo, pelo tempo que tenho de sobrevida. Vi muita gente chegar aqui com desespero, com estágio de negação, sem querer fazer exames, nem tratamento, outras pensando em suicídio e nós conseguimos mostrar, como exemplos vivos e relatando outros casos, de como é preciso manter a esperança e o gosto pela vida", relata Ana. Hoje se conta com o trabalho voluntário de uma psicóloga, Dra Mércia, mas precisam-se de mais profissionais desta área, são fundamentais. O psicólogo Ubaldo Teles também sempre contribui neste aspecto. Um consultor jurídico é de grande importância também para dar apoio em questões previdenciárias, vagas para voluntários em aberto.


O acompanhamento domiciliar de doentes terminais está sendo conduzido a contento pela Secretaria Municipal de Saúde. Aos poucos os voluntários vão chegando e as parcerias também como a que está sendo iniciada com o Instituto Lótus, que irá  oferecer vários especialistas aos associados. O pessoal do Cabeçamotora também está sempre dando uma força, dentre outros. "Esse carinho é muito importante até para nós da diretoria, eu também choro, também tenho autos e baixos, dores, embora todos pensam que sou sempre uma fortaleza", confessa Ana.


A associação se preocupa com a integração social dos afiliados promovem festas, passeios e se envolvem de cabeça no Outubro Rosa e no Novembro Azul, não falta energia para estas guerreiras que encontraram uma nova vida e garante ela para todos.


A demanda principal que a Nova Vida procurou atender logo no início foi o cumprimento da lei do Tratamento Fora do Domicílio - TFD - que prevê o transporte e a estadia dos pacientes. Começou-se com uma Kombi que quebrava, era um horror, depois passou para uma Van, hoje são quatro, saindo às 5h de segunda a sexta, deixando pessoas em várias unidades hospitalares, mas a principal delas é o Aristides Maltez, atualmente já sobrecarregado, tanto que os enfermos são operados e recebem alta imediatamente. 


Para isto, necessita-se de transporte apropriado para trazê-las de volta, isto fica a cargo da Secretaria Municipal de Saúde,. Já a Secretaria de Assistência Social contribui com veículos e outras demandas na realização de eventos da entidade. 


A quimioterapia já se faz em boa parte em casa com medicamentos via oral e injetável. São atendidos também no Hospital da  Mulher, no Santo Antônio de Irmã Dulce, no Santa Isabel,no  CICAN - Centro Estadual de Oncologia, na Vasco da Gama e no Roberto Santos.


Agora a associação está em busca de construir a nova sede e a casa de acolhimento, já tem o terreno doado pelo atual prefeito e o projeto, que contempla ambos equipamentos. Precisa fazer eventos para arrecadar fundos, está se preparando para a realização de um bingo, três políticos com mandato já prometeram a doação de prêmios.


Nas futuras instalações  do novo Hospital Regional Dantas Bião, serão incluídos serviços de oncologia que  beneficiará uma grande parte dos pacientes que estarão em início de tratamento e em alguns casos de quem já está no tratamento de controle, dessa forma irá desafogar as unidades de Salvador, que recebem inúmeros pacientes de tratamento oncológico.

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