Indiciamento de Bolsonaro por golpe de estado, ruim para todo mundo

 




Estamos prestes a viver uma crise insituticional semelhante aos eventos que culminaram no suicídio de Getúlio Vargas e aos episódios que resultaram no Golpe de 1964. A Polícia Federal, por meio do Supremo Tribunal Federal, indiciou um ex-presidente da Republica, Jair Bolsonaro, por tentativa de execução de um Golpe de Estado. Junto com ele mais 36 arrolados no pedido de abertura de processo judicial a ser acatado ou rejeitado pela Procuradoria Geral da União. 


Antes de tudo isto, estranhamente se reuniram, em Brasília, o presidente Lula e os Ministros do STF, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. Depois, houve a prisão de militares ligados ao Comando de Operações Especiais do Exército e membros do primeiro escalão do governo Bolsonaro, por planejarem o assassinato de Lula, Alexandre de Moraes e Geraldo Alckmin, algo completamente estapafúrdio. O relatório produzido pela PF levantou a suspeita do envolvimento do ex-presidente na "preparação" dos cogitados  homicídios. 


Essa trama para impedir que Lula e Alckmin assumissem a presidência e a vice-presidência respectivamente ocorreu há praticamente dois anos e só agora estes terroristas perigosos foram presos. Tudo que se tem são conversas de whatsapp trocadas pelos quatro patetas. Pouco antes, houve uma tentativa de fato de eliminar alguma autoridade, na praça dos Três Poderes, que terminou com a auto-explosão do agente agressor com seus fogos de artifício. Tudo é muito bizarro para ser crível.


A única ligação dos quatro militares com o ex-presidente é uma reunião realizada com o general Braga Netto, ex-ministro e vice na chapa de Bolsonaro em 2022. Após este evento, o grupo teria dado início às confabulações para os assassinatos. Os indícios são muito fragéis para sustentar a atribuição de crime aos 37 indiciados, segundo renomados juristas.


Tudo isto ocorre em uma sequência de eventos que possibilitaram a trajetória de Lula da cadeia à presidência da república, com inquéritos contra opositores abertos de ofício por Alexandre de Moraes, cuja legalidade é amplamente descartada por grandes especialistas em direito. Os procedimentos adotados foram parar no Congresso Americano que também questiona as medidas tomadas pelo ministro do STF. Terminou por envolver o megaempresário americano, Elon Musk, membro do futuro governo de Donald Trump, o presidente recém eleito dos EUA, com relação estreita com Bolsonaro.


Especula-se inclusive que as ações perpetradas pelo STF junto com a PF ocorrem como uma respostas a um contexto adverso para a esquerda com a derrota para a direita nas eleições municipais no Brasil e o retorno de Trump à Casa Branca com apoio de Elon Musk, questionador das ordens dadas por Moraes sobre postagens na plataforma de interação X. Musk é o principal acionista da empresa responsável pelo aplicativo de troca de mensagens.


Se foi uma resposta preditiva da esquerda a estes reveses, tudo indica que não mediram as consequências da suposta guerra ideológica. Apontar um ex-presidente como articulador de um golpe de estado é o ato mais extremo que se possa conceber em uma democracia.


A pasta já saiu do dentifrício. Agora Alexandre de Moraes vai ter que provar suas alegações gravíssimas, do contrário ficará em posição bastante sensível, sujeito a desencadear uma luta, em sentido contrário, pelo seu impeachment, já em circulação no Senado Federal. Se houver este impasse, esta queda de braço, o Congresso funcionará sob extrema tensão, o que não é nada bom em um ano que promete ser desafiador em termos econômicos e para um governo em queda de popularidade.


A situação vai ficar ruim para Bolsonaro, que terá toda a mídia tradicional bombardeando seus argumentos em favor da sua culpabilidade e da substância das acusações. Contudo, não será formado um clima menos pesado em torno do presidente Lula, vinculado automaticamente as ações do STF por ser seu principal beneficiário. A credibilidade do Brasil será colocada em xeque internacionalmente. Com um indiciamento, considerado por especialistas, sem consistência, se provará que este não é um país sério. O leite já foi derramado, agora é correr atrás para reduzir os danos a serem provavelmente causados. Foi realmente uma péssima ideia dos homens iluminados que querem empurrar a nossa história para o futuro e editar nossa democracia.

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