ORÇAMENTO PARTICIPATIVO: por que não funciona?
De tanto criticar o Orçamento Participativo e o Falaê, no período eleitoral, alguém me deu ouvidos ou foi só coincidência. Fato é que Ednaldo Sacramento do PSTU fez um texto para o Ícaro Perreira News, elencando os pontos que venho abordando. Só que ele fala mais eufemisticamente, de forma quase acadêmica e segue os mandamentos da gramática. Um texto gramaticalmente correto perde força expressiva. Sei que é um sacrilégio, mas reafrimo-o como uma máxima - deixo como lição, já sou veterano nisso.
Precisamos ir direto ao ponto, o OP não funciona, nunca funcionou e jamais funcionará - isto soa como um sacrilégio para os petistas, eu sei. Por que não funciona? Primeiro porque a esquerda é autoritária por natureza, o OP é mera fachada para o autoritarismo e uma forma esperta de tratar seus adversários como autoritários - verdadeiro drible de Garrincha. O OP é só um atestado para dizer para todo mundo que a esquerda é democrática, quando, na realidade, ela é exatamente o contrário.
Depois, o fato de ter por objeto questões muito pontuais, como salientou bem Ednaldo Sacramento. Nas reuniões do OP, apresentavam-se para os presentes três alternativas para escolher uma prioridade, quando o bairro precisava de 10 intervenções não só urgentes como igualmente prioritárias. Então se tinha, ao final, um documento que respaldava a inoperância.
Outro problema do OP, baixo nível de participação popular. Terminava que 30 pessoas decidiam por 5 mil moradores do bairro, vergonhoso. Um dia fui questionar isto e o camarada bolchevique respondeu: - "Problema de quem não veio". Isso é o puro suco da democracia de esquerda. Calma que ainda piora. Dos 30 que compareciam, 20 eram da esquerda, uma maravilha.
Tratando de questões extremamente pontuais, o OP interferia em apenas 5% no máximo do orçamento municipal, os outros 95% eram definidos autoritariamente, mas aqueles 5% eram vendidos como totalidade - admito que era um truque muito bem feito, e ele está de volta, uau!!!
As diretrizes gerais da saúde, da educação, do saneamento ambiental etc eram uma incumbência de conselhos e os conselheiros eram todos de esquerda, prontos para dizer amém para o que o prefeito decidisse.
Questões gerais como: quanto será destinado para a coleta de lixo, vai ser seletiva, devemos usar os carroceiros ou não, quanto destinaremos para a recuperação do Aterro Sanitário? Em Saúde: haverá visita domiciliar de médicos ou só dos agentes comunitários, quantos médicos devem ser contratados para suprir a demanda, qual o tempo máximo de espera para exames e consultas com os especialistas, devemos pactuar com a área de esportes e da agricultura para que as pessoas façam mais atividades físicas e se alimentem melhor, sem venenos? Na educação: Quais as metas para a implantação das escolas em tempo integral, que espaços comunitários podem ser utilizados para este fim, quantas quadras esportivas serão construídas por ano, seria eficaz utilizar mutirão?
Isto só para ficarmos em alguns exemplos. Enfim, o maior erro é fazer orçamento participativo quando o certo seria fazer gestão participativa. Ao invés de OP, GP. Creio que é esta a ideia da Ednaldo Sacramento. Deveria haver participação popular também nas licitações públicas, aí sim acabaríamos com a corrupção. O orçamento participativo jamais dará certo, porque é feito pela mentalidade socialista, que o usa para esconder seu autoritarismo latente. A GESTÃO PARTICIPATIVA, que é o que interessa, só pode ser viabilizada por uma mentalidade anarquista cooperativista. OP é apenas um truque ilusionista, pago pelo povo, o que é o mais cruel. Melhor fazermos pesquisas, enquetes e plebicitos.
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