Vereadores denunciam negligência na Maternidade Municipal



Na sessão realizada na última quinta-feira (02), os vereadores Luma Menezes e Luciano Almeida usaram a tribuna para denunciar irregularidades graves na Maternida Municipal de Alagoinhas, que resultaram no falecimento do recém-nascido Theo, no dia 13 de setembro.


Nesse contexto, a vereadora Luma Menezes destacou que o caso está sendo acompanhado de perto pela bancada de oposição, também composta pelo vereador Luciano Almeida e pela vereadora Jaldice Nunes, que já levou informações ao Ministério Público, apontando uma série de falhas no atendimento e na estrutura da unidade.


Segundo a vereadora, a mãe de Theo chegou à maternidade em 7 de setembro, com a bolsa rompida e sinais de sofrimento fetal, mas permaneceu horas sem ser encaminhada ao centro cirúrgico. Após o parto, a criança foi internada na UTI neonatal, dependente de um ventilador pulmonar mecânico que apresentou falha e, dias depois, pegou fogo.


“Talvez, se o aparelho tivesse passado pela manutenção preventiva, Theo não tivesse perdido a vida. Não há rastreabilidade das manutenções há três meses. É uma negligência completa”, denunciou, acrescentando que incubadoras seguem quebradas há meses nos corredores da maternidade, sem providências por parte da atual empresa gestora, o Instituto de Gestão Integrada (IGI).


A vereadora relatou ainda que, no dia 15 de setembro, esteve na unidade com a família da criança para dialogar com a direção, que minimizou o problema do equipamento. Dias depois, fotos mostraram que o ventilador havia pegado fogo, possivelmente comprometendo a ventilação do bebê.


Já no dia 28 de setembro, uma nova visita de fiscalização foi feita pelos vereadores de oposição, quando constataram incubadoras quebradas abandonadas em corredores desde abril, sem qualquer encaminhamento para conserto. Em seguida, sugeriu que a Câmara Municipal dê início a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação do IGI, apontando que a entidade acumula processos, denúncias trabalhistas e sequer possui CNPJ regularizado da filial que atua em Alagoinhas.


“Se a filial não tem nem CNPJ, como está atuando no município? É preciso investigar com profundidade antes que novos casos aconteçam”, afirmou. Na sequência, o vereador Luciano Almeida reforçou as denúncias e defendeu uma intervenção municipal no Hospital Materno-Infantil. Ele relatou casos recentes de gestantes sem acesso a pré-natal de alto risco, exames negados e demora no atendimento de emergências.


“O que está acontecendo dentro do Hospital Materno-Infantil chega ao cúmulo do absurdo. Encontramos gestantes com sangramento, sem ultrassonografia, e até casos de aborto sem diagnóstico. A saúde em Alagoinhas vive um caos”, afirmou. O parlamentar denunciou ainda atrasos salariais de médicos e enfermeiros, ausência de insumos básicos e problemas graves na alimentação de pacientes e acompanhantes. “Houve um caso de infecção alimentar dentro do hospital. Profissionais estão sem receber salário, o FGTS não é recolhido, não há limpeza adequada, nem manutenção dos equipamentos. Isso é negligência”, declarou.


Em seguida, lembrou que já existem requerimentos aprovados na Casa solicitando a presença do secretário municipal de Saúde, Antônio Virgínioo, e de representantes da gestão para prestar esclarecimentos, mas até o momento não houve resposta. Ele reforçou que a Câmara não pode se calar diante do descaso: “O Hospital Materno Infantil está pedindo socorro. A omissão é do secretário Virgínio e do prefeito Gustavo Carmo, que se limita a escrever uma nota de rodapé quando uma vida se perde. Uma vida não pode valer uma nota de rodapé”, disparou.


Os vereadores informaram que, diante da falta de respostas, está marcada para o dia 6 de outubro uma audiência com o Ministério Público para levar formalmente as denúncias sobre a situação da rede materno-infantil.



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