Karlinhos Zambê tornou-se membro da Academia de Cultura da Bahia e da Academia de Letras de Alagoinhas

 



Marcando uma trajetória de mais de 30 de ativismo e militância pela arte e, mais recentemente, vinculada à gestão do Conselho de Cultura de Alagoinhas, o músico, compositor, poeta, alagoinhense, Karlinhos Zambê, passa a integrar os quadros da Academia de Cultura da Bahia- ACB - desde o dia 20 de dezembro. Foi empossado e diplomado por um acadêmico de grande relevância, Joaci Góes, advogado, jornalista, escritor, político e empresário da Bahia com notoriedade nacional. 


Karlinhos Zambê, que atua como músico compositor, desde que se entende por gente, escritor e incentivador das artes visuais ultimamente,  vem se destacando na gestão pública com realizações importantes na presidência por duas vezes do Conselho de Cultura de Alagoinhas, experiências que, este ano, contribuíram também para conduzí-lo à Academia de Letras de Alagoinhas - ALADA.


Sua participação, agora, em duas importantes academias vem potencializar suas ações culturais em prol do município e do estado, quando esteve a frente de projetos significativos como a Virada Cultural e o Rota Alternativa, bem como na idealização e criação da Pinacoteca Aldemario Coelho com um acervo de mais de 110 obras (telas, esculturas, pinturas, fotografias, etc.), de mais de 60 artistas da Bahia. Antes disso, o artista tem, como muitos sabem, um papel de destaque na condição de líder da Banda Reggae Zambê. 


Compositor inspirado, Karlinhos tem suas músicas voltadas não só para inclusão social da negritude, mas também para temas universais, cantando o amor, a alegria de viver, os dilemas existenciais e a luta por justiça e por uma vida mais prazerosa e mais rica em termos de experiências emocionais, solidárias, sensuais e estéticas logicamente. 


Seus versos estão na boca do povo em canções como "Verdades Reggae Zambê", "Reflexão consciente", "Amor é compromisso", "Então deixa", "Brasil na corda bamba" entre outras, muitas. Ele é poeta, não se pode esquecer disto, por isto se encontra entre os escritores locais e baianos agora, os maiores. Luís Eudes faz coro com muitos que reconhecem seu talento, e foi dele a indicação para a ACB.


Karlinhos tem a validação da sociedade baiana por ter conciliado a militância cultural e a militância política sem perder sua sensibilidade artística, como se a arte fosse sempre o norte para o político nunca o contrário. Ele também encarna a espiritualidade do reggae, unindo o rastafarianismo com os preceitos e propósitos da religiosidade de matriz africana no solo baiano. Zambê, no final das contas, é um ser que vive a liberdade, a amorosidade, juntando arte, a música e a poesia com a arte de fazer amigos. Mas também tem firmeza e posicionamento sem perder a amizade e ganhando admiradores.


Com o amadurecimento e com a gestão pública, ele fechou um ciclo potente que poucos artistas vivenciaram. Ele ainda é empresário no campo cultural, tocando seu Studio de gravação. Esteve nas várias posições estratégicas que configuram o fazer cultural, por isto tem referenciais significativos para seguir com sua luta por conquista de mais espaço para o músico, para o artista, entendendo a dinâmica do mercado e as limitações do setor público, que tem que se virar para atender uma imensa demanda reprimida.


Acadêmico em nível local e estadual, agora, ele pretende contribuir ainda mais para o fortalecimento dos laços entre a arte do interior e os mercados da capital baiana e dos demais estados, visando os pontos turísticos, especialmente com relação com o Litoral Norte baiano.


 "Precisamos dinamizar a cultura em todo o estado e conversar mais com o nordeste e naturalmente com o sul do país. Cidades como Alagoinhas têm que se abrir, mas, para isto, também necessita-se que o artista procure ao máximo se profissionalizar. Entender a lógica dos mercados e dar eficiência ao emprego do recurso público", salienta.


 Karlinhos Zambê, que iniciou na música aos 13 anos, trabalhou na área publicitária com Jingles, e atuou na representação política da juventude, pensa em recolocar Alagoinhas em um patamar de destaque, onde se encontrava nos anos 80 e 90, época de ouro dos grandes festivais, como o FEMUP (Festival Municipal de Música Popular de Alagoinhas), com seis edições, que já mobilizava artistas de várias partes da Bahia. A cidade se destacou também na cena do Rock, como, em tempos mais remotos, no contexto das filarmônicas do estado. Com base nesta tradição, Karlinhos quer que a música seja tratada com o objetivo de virar "patrimônio", contrariando essa tendência efêmera, predominante no mercado comercial.




Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.