Juliana Oliveira tem razão - difícil provar crimes sexuais

 


Se não houver luta corporal ou penetração forçada, fica difícil provar a ocorrência de estupro. Veja o caso de Daniel Alves, a queixosa apresentou esperma na boca, houve sexo oral. Isto significa consentimento? não necessariamente. A mulher, em uma espécie de estado de choque, pode ser coagida ao ato. O caso de Dani Calabresa e Márcio Melhem foi outra confusão terrível,  como também o das acusações de Mariana Ferrer, de Johnny Depp e Amber Heard, de Neymar e Najila Trindade. Todos estes processos judiciais inocentaram os réus, os homens. Existe a falsa acusação, mas também uma ausência de evidências fortes, como ocorre na maioria dos casos, pode livrar um agressor da merecida cadeia.


Na ação movida por Juliana Oliveira, ex-participante do The Noite do Danilo Gentili, contra Otávio Mesquita traz peculiaridades. Houve importunação sexual, contudo a cultura misógina turvou o entendimento de todos à época, em 2016, até da própria Juliana. Ela mesma diz que só caiu a ficha em 2020, com as ocorrências envolvendo Dani Calabresa.


A lei que define o crime de estupro passou por modificações que tornam o episódio, submetido a uma interpretação escorregadia. Em 2018, importunação sexual passou a ser estupro. Será que isto foi correto? É complicado. Outra coisa, na ano em que ocorreu o abuso, a vítima só tinha seis meses para denunciá-lo, depois passou a ser livre de prescrição. A lei vai poder retroagir? Com nosso judiciário tão interpretativo, tudo é possível.


O que torna tudo confuso é que ninguém, nem Juliana, nem o agressor, nem Danilo e equipe, nem milhares de pessoas que assistiram à cena, tinha consciência, na época, que ali se cometia um crime, mas, mesmo assim, ele foi praticado. A atitude ingrata de Juliana com relação a Danilo não lhe tira seu direito de reclamar do ato do qual foi vítima.


 Claro que a performances de Juliana fazendo o papel da fã descontrolada pode até servir de atenuante para o veterano apresentador, mas não como motivo para ter passado dos limites. Um ano antes, Juliana representou a mesma cena, como polo ativo, com Mesquita, no programa deste, só que esta foi roteirizada, consentida. Se o juiz condená-lo, que pague o preço de ser um emblema. Todos saberão ou já sabem o que foi feito, são as dores do parto, mesmo que não seja inteiramente lógico e até justo.


Vejamos bem: é duro para Otávio Mesquita ficar com o rótulo de estuprador. Talvez tenha sido equivocado assemelhar importunação sexual com o estupro. Já passei por importunações sexuais por parte de gays, eu achei constrangedor. É incrível como qualquer invasão ao nosso corpo é ofensiva e traumatizante. Entretanto e por isto, considero que estupro deva ser um ato bem mais grave. O radicalismo feminista termina gerando atitudes precipitadas, fruto de pouca discussão com a sociedade. Otávio Mesquita é um agressor sexual, mas não é um estuprador. Muito embora, perante a lei, ele possa ser enquadrado como tal. 


O desentendimento de Cauã Reymond com Bella Campos, parceira amorosa na novela Vale Tudo, tem rendido ao ator a fama de macho toxico. Especialmente depois que ex-namoradas postaram indiretas como que confirmando o comportamento machista. O caso José Mayer ficou como exemplo, melhor levar a queixa para justiça para não haver condenação perpétua. Agora todos nós já sabemos, fazer uma mulher mudar de ideia, só com palavras de carinho. Na realidade, é o correto, as mulheres estão certas, foram séculos de violências.

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